- Povos Indígenas do Brasil: O que vocês pretendem alcançar com a temática da banda?
Nájila -
Sempre fui apaixonada por toda essa diversidade de culturas que o nosso mundo
possui, infelizmente ao longo da história da humanidade, muitas culturas foram dizimadas
da terra e esse processo continua, infelizmente. A temática da Arandu Arakuaa
busca resgatar um pouco da nossa cultura, tanto os indígenas como os povos do
sertão do Brasil, merecem ser reconhecidos, é linda e riquíssima as formas de
expressão cultural, pretendo levar um pouco disso a um grande número de pessoas
e ajudar na conscientização, no respeito e preservação.
- Povos Indígenas do Brasil: Como os povos indígenas encaram o trabalho de vocês?
Zândhio –
Os que já tivemos contato ficam felizes por estarmos ajudando a passar a
mensagem, inclusive temos alguns amigos indígenas que nos apoiam e é ótimo para
nós termos esse respaldo.
- Povos Indígenas do Brasil: Pela cultura indígena ser subestimada e termos pouco conhecimento sobre o assunto, você acha que o som da Arandu Arakuaa sofre algum tipo de preconceito?
Zândhio –
Sim. É uma junção de três coisas que o brasileiro tem preconceito enraizado:
rock, indígenas e música regional. Acabamos por sofrer preconceito fora do rock
por tocarmos rock e dentro do rock por incluirmos elementos da nossa cultura
nativa. Mas por outro lado quem se dá ao trabalho de tentar entender a mensagem
respeita muito e é isso que realmente importa. Toda mudança de cultura demanda
tempo e estamos prontos para dar nossa contribuição.
- Povos Indígenas do Brasil: Quais as fontes de informação que você utiliza para ter mais conhecimento sobre a cultura indígena?
Zândhio
– Livros, contato direto com indígenas, vídeos... Aqui no Brasil em se
tratando de material de pesquisa sobre povos indígenas o Instituto Sócio Ambiental é o que tem mais informações acessíveis.
- Povos Indígenas do Brasil: Quais as dificuldades que cada membro enfrentou até se adaptar ao som proposto pela banda?
Saulo -
Cada membro tem uma escola bem diferente da outra, mas acho que só fez com que
acrescentasse novos elementos ao som. Claro que testamos tudo exaustivamente
até acharmos o melhor resultado. Cada um sede um pouco a flui naturalmente.
Adriano -
Particularmente não tive muitas dificuldades em adaptação ao som proposto, pois
sempre tive a vontade de fazer algo diferente e inovador como o som da Arandu Arakuaa.
Nájila - Dificuldades
na vida é inevitável, estamos constantemente sendo desafiados, isso é a
essência, a base do crescimento pessoal, cantar em Tupi foi um desafio mágico
de concretizar. Naturalmente tenho admiração por nossos povos indígenas,
respeito e me preocupo com a situação que se encontram, quando fiz o teste o Zândhio
me apresentou o projeto e as letras, senti que era o lugar certo para cantar e
buscar realizar alguns dos meus sonhos e a positividade da banda faz com que
busque mesmo enfrentar qualquer desafio que Arandu Arakuaa venha a
enfrentar.
- Povos Indígenas do Brasil: Quais os pontos altos e baixos em relação ao álbum Kó Yby Oré? No processo de gravação qual música sofreu mais mudança?
Zândhio –
Os pontos altos foram todo o processo desde a composição até a masterização e a
aceitação do público que foi fantástica. Ponto baixo é aquele velho problema
que as bandas independentes têm de falta de estrutura para distribuição,
divulgação e shows. As músicas não sofreram mudanças na estrutura, apenas nos
arranjos e o produtor Caio Duarte fez um grande trabalho nos auxiliando nesse
aspecto.
- Povos Indígenas do Brasil: O que podemos esperar do novo álbum? Vocês tem uma data aproximada para o começo da gravação?
Zândhio –
Muito peso, regionalismo, cânticos indígenas, melodias marcantes, ou seja,
explorar mais ainda todos os elementos já presentes em Kó yby Oré tendo agora a
experiência e a confiança do público a nosso favor. Ainda não temos uma data,
mas o planejamento é iniciar o processo de gravação no começo de 2015.
- Povos Indígenas do Brasil: Com o cenário nacional atual, como esperam garantir o espaço de vocês? Como tem sido a aceitação e o espaço para shows?
Adriano -
O espaço para todas as bandas hoje em dia está muito difícil, porém esperamos
garantir cada vez mais espaço com o nosso som, profissionalismo e dedicação. É
até engraçado, temos tido muita aceitação nacionalmente e até internacionalmente,
entretanto quando falamos em shows, ainda estamos com dificuldades de fazermos
shows em outros estados. Já fizemos Anápolis (GO), Miracema (TO) e estamos com
um show para 2015 em SP e queremos muito mais, nossa intenção é rodar esse Brasilzão
lindo e levarmos nosso ao maior número de pessoas. Na nossa cidade natal
(Brasília) a nossa aceitação é legal e já fizemos muitos shows legais por aqui
também.
Najila- A
cada dia me surpreendo com a demonstração de aceitação da galera, isso faz tudo
valer a pena, estamos sendo requisitados em festivais grandes e a tendência é
aumentar o número de shows, estamos evoluindo a cada dia e consequentemente a
responsabilidade de apresentar para um público cada vez maior cresce, e assim
segue Arandu Arakuaa.
- Povos Indígenas do Brasil: Se você pudesse mudar ou acrescentar algo no som de vocês, o que seria?
Adriano -
As palavras mudança e acrescer serão sempre muito bem vindas, pois acreditamos
que o Metal e a identidade está sempre em mutação, transformação. O Rock de uma
forma geral precisa disso. Queremos trabalhar ainda mais regionalismo, novos
instrumentos de percussão e outros, colocar mais peso e talvez mais rapidez em
algumas novas músicas, mas sem perder a nossa raiz e base construtora que é o
Metal com nativismo/ regionalismo.
- Povos Indígenas do Brasil: Para finalizar, quais as expectativas e planos da banda para o futuro?
Saulo -
Esperamos levar o nosso som ao maior número de pessoas possível, não só no
Brasil, mas para o mundo que conhece tão pouco do nosso país.
Nájila -
Com a temática da banda É POSSÍVEL tentar buscar levar um pouco da cultura do
nosso país ao mundo, nacionalmente espero que o povo brasileiro preserve, apoie,
respeite a nossa diversidade, internacionalmente tentar mudar esse conceito, BRASIL:
país do futebol, bunda e sexo.
Conheça as músicas:
Arandu na mente, na veia ...yeahhhhhhhh!!!!!!...
ResponderExcluirIsso ai \m/
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