Os estudos a respeito dessa civilização começaram por volta de 1923, quando após uma forte chuva Curt Nimuendaju encontrou fragmentos perfeitos das cerâmicas produzidas por eles. Alguns estudos já tinha sido feitos anos atrás, mas pelo pouco material encontrado, e quase sempre em mal estado, nada mais correto poderia ser afirmado.
Em comparação com a cerâmica Marajoara
existem inúmeras diferenças; aqui podemos encontrar formatos de rostos, mais
simetria e uma pesada composição dos adornos. É muito raro na decoração desses
objetos encontrarmos pinturas e desenhos geométricos, tão característicos da
civilização Marajoara, ficando normalmente os objetos com a cor da argila. Outra diferença marcante, é que os
tapajônicos utilizam moldes pra fazer suas cerâmicas, por isso tantos achados
são iguais e por esse motivo eles conseguiam fazer obras mais elaboradas no
quesito imagem. Outra diferença é que eles não moldavam urnas funerárias, dando
outro destino para os mortos.
A ideia não é desprezar a cerâmica feita por
eles, pois para a existência do molde precisavam de uma pessoa qualificada para
cria-lo, é ai que entra a criatividade e todo o domínio da técnica que eles
tinham. Quando a arte tapajônica é observada de perto, conseguimos visualizar
pequenos homens e seus rostos, como os animais bem delimitados, dando assim uma
boa ideia dos animais que viviam na região.
Veremos agora uma breve explicação sobre os
muiraquitãs e ídolos de pedras, que para alguns autores, são artefatos
tipicamente tapajônicos. Os Muiraquitãs
Os
Muiraquitãs são um dos assuntos mais contraditórios dessa civilização, são as
famosas pedras verdes que as Icamiabas davam para os guerreiros, considerado um
amuleto de sorte e proteção, diziam também que curavam algumas doenças. Diz a
lenda que a matéria prima ficava no fundo de um rio mágico e que as guerreiras,
em uma festa para Iaci, desciam no rio e lá pegavam o amuleto pré-moldado que
ao entrar em contato com o ar endurecia.
Lendas a parte, esses pequenos amuletos foram
encontrados em outros lugares, como no México, Chile, Peru e outras
localizações. Poderiam ser feitos de
jade, que era encontrada em Amargosa (BA) e em outros lugares como Conquista
(BA) e nos estados do Rio e Paraná. Na Amazônia em si os amuletos poderiam ser
feitos de nefrita, jadeíta e uma variedade enorme de pedras esverdeadas que
tinham na região, como também da jade que tinha seus depósitos naturais nas
margens esquerda do Amazonas, na cabeceira de seus afluentes.
Ídolos de pedra
Os
tapajônicos também cultuavam ídolos de pedra, normalmente feitos de esteatite,
que curiosamente é uma pedra dificilmente encontrada naquela região. A
coloração era a natural da pedra, de um branco acinzentado e um vermelho
arroxeado, seu comprimento não passava de trinta centímetros. Os índios dessa
civilização tinham muito apreço por esses ídolos, sendo que muitos deles tinham
furos para serem encaixados nas proas das embarcações; existiam ídolos para a
caça, pesca, lavoura e guerras.
Civilizações menos conhecidas
Além
dos Marajoaras e dos Tapajônicos, existiam outras civilizações na Amazônia,
tanto no alto como no baixo Amazonas. A descoberta de algumas cerâmicas tem
demonstrado a existência de alguns povos menores, que são menos conhecidos, mas
não menos importantes. Infelizmente o
estudo sobre o alto Amazonas é muito escasso, deixando muitas dúvidas sobre a
arqueologia daquele local.
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