Cerâmica Moderna
Como já foi dito, o clima úmido da Amazônia
interferiu muito na conservação das artes mais delicadas, todavia, alguns
pesquisadores acreditam que os trabalhos de traçado e plumária não foram muito
modificados no decorrer do tempo, ao contrário da cerâmica, que perdeu muita da
sua perfeição e beleza. Acredita-se que esse declínio decorre do fato de
constante desassossego que os índios enfrentaram depois da chegada dos
europeus. As artes de traçado e plumária eram mais simples, poderiam ser
interrompidas e retomadas em prejuízo do resultado final, enquanto as cerâmicas
exigiam horas de trabalho e paciência, a mínima mudança poderia estragar todo o
resultado final, os adereços supérfluos, como a pintura e os alto relevo
exigiam ainda mais tempo e sossego, coisas que o índio em constante fuga não
tinham mais.
Por ser um item de grande necessidade,
continuou sendo produzido, mas não existiam mais a beleza e o primor
característicos. O processo de fabricação ainda é similar, tanto na escolha do
barro quanto no acréscimo de alguma casca de árvore pulverizada. Os desenhos
utilizados ainda são geométricos, aproximando de todas as maneiras possíveis as
antigas cerâmicas Marajó.
Trabalhos de Miçanga
Qualquer pessoa que examine os trabalhos de
miçangas feitos pelos povos indígenas daquela região sente muito espanto, não
só pela beleza, mas também pela utilização de adereços que criam formas
geométricas perfeitas. Como na cerâmica, as formas geométricas tinham muito
haver com o trabalho de traçado e das marcas que elas causavam nos primeiros
vasos que foram modelados. Os artefatos de miçanga também eram confeccionados
por mulheres e serviam de adereço para peças femininas, como vistosas tangas,
não que homens não utilizassem as miçangas, mas era algo preferencialmente
feminino. Exemplos de tribos que os homens utilizavam as miçangas são os
Curuaés e os Xipaias, índios do Xingu, onde existiam cintos de contas, colares
e as vezes braçadeiras.
Colares
Objetos de extremo bom gosto e de difícil
faturamento, os colares diferentemente dos muiraquitãs (que são vistos como
peças arqueológicas), são adornos que ainda hoje são muito utilizados pelos
povos indígenas. São objetos de grande estima e que pode diferenciar graus de
nobreza, o que não é difícil de se entender, pois o adorno é feito de minerais
duros e de difícil faturamento, podendo levar até anos para serem perfurados.
No reino animal pode ser produzido a partir de unhas e dentes de animais, ossos
ou pequenos fragmentos de aves e algumas conchas também podem ser utilizadas
nesse processo. Outros recursos podem ser encontrados na própria floresta
amazônica, como as sementes de diversas formas e cores, por exemplo. Não apenas
era utilizado o que a natureza oferecia, com o tempo foram acrescentados
objetos que o homem civilizado trouxe, claro que se atendessem a necessidade
estética que o índio procurava.
Arte Plumária
São os ornamentos mais bonitos e queridos
pelos índios e podem ser feitos com penas de diversas aves. Essa arte é um dos
indicativos de civilização e demonstra o nível cultural dos povos que o
praticam. No começo era um enfeite tipicamente masculino, pois tinha a função
de ostentar as caças conquistadas. Com o tempo passou a ser designado como
insígnias para os chefes e guerreiros mais valorizados. Tribos com mais ou menos graus de
desenvolvimento, a arte plumária sempre foi motivo de admiração pelos não-índios
que entravam em contato com os povos da Amazônia. As penas eram tão importantes
que alguns índios chegavam a fazer viveiros para sempre as ter à disposição, o
que ainda hoje é feito por alguns povos. As tribos Tupi do vale do Tapajó
mantêm viva essa tradição, sendo que vários ornamentes podem ser ali
encontrados. Alguns pesquisadores porém acreditam que os trabalhos de hoje são
mais belos que os de antigamente, demonstrando a exigência dos índios e o gosto
aprimorado. Como observado, é um adorno de privilégio masculino, mas as
mulheres utilizavam algo conhecido como mosaico de penas, que era feito sob a
própria pele com alguma resina. As penas eram utilizadas para tudo, desde a
emplumação de flechas à cabeças mumificadas dos inimigos. A cor favorita era o
amarelo, talvez por ser o mais abundante naquela terra.
Máscaras de Dança
Pelo clima favorável, os povos daquela região
vivam nus, essa falta de necessidade fez com que a indústria têxtil fosse pouco
desenvolvida. Quando tinham necessidade de algum pano, faziam tramas de fibras,
retiradas de certas árvores, tendo assim um produto final fresco e resistente.
Esse tecido natural era muito utilizado, com ele preparavam cobertores,
mosquiteiros e sacos, mas a maior serventia era pro preparo das máscaras de
dança, sendo que na região do Rio Negro ainda hoje são indispensáveis em alguns
rituais de dança.
A importância dessas máscaras vem do fato dos
índios celebrarem por inúmeros motivos, seja a volta da guerra até o enterro de
alguém, celebram para os caciques e para a puberdade das meninas. Vale lembrar
que, raro era a participação das mulheres nessas danças e mais raro ainda eram
as mulheres utilizarem essas máscaras.
O objetivo principal é de ajudar o índio a se
fantasiar, quase sempre de animais, mas o que conta mesmo é a interpretação,
pois as mesmas máscaras podem ser utilizadas para vários animais, o que muda é
a voz e as mímicas utilizadas.
Alguns pesquisadores afirmam que há três
grandes grupos de máscaras: as de rituais, as de guerra e as de espetáculo.
Sendo que o primeiro grupo é subdividido em: culto, velório e justiça.
Essas máscaras de tururi (nome dado para os
panos feitos de tecidos naturais) são verdadeiros dominós, feitos em apenas uma
peça, exceto as mangas, que cobre completamente o corpo do índio. Não são
feitos buracos para os olhos pois as fibras são porosas e não atrapalham a
visão. Podem demorar até 15 dias para serem produzidas e são queimadas assim
que o uso for feito.
É válido lembrar que não é uma demonstração
artística, pois não visam a beleza, mas sim uma forma de passar informações.
Referências Bibliográficas da Série Povos da Amazônia:
Bruno,
Ernani Silva. História geral do Brasil – Geral e Regional: Volume 1 Amazônia.
São Paulo, 1967.
Cruls,
Gastão. Hiléia Amazônica – Aspectos da flora, fauna, arqueologia e etnografia
indígena. São Paulo, 1958.
isso n tem falndo use nada de geometria aquio pra voses .i.
ResponderExcluirMesmo não tendo entendido o seu comentário agradeço a participação.
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